Maduro pede paz a Trump: “Chega de guerras injustas”
Em marcha em Caracas (13), presidente da Venezuela fala em trégua com os EUA, cita Líbia e Afeganistão e reforça mobilização interna diante da escalada militar norte-americana
O presidente Nicolás Maduro pediu paz ao governo dos Estados Unidos e enviou um recado direto ao ex-presidente Donald Trump. Em discurso durante a marcha da Juventude Comunal em Caracas (13), o líder venezuelano afirmou que é hora de encerrar “guerras intermináveis e injustas” e defendeu uma trégua. “Sim, paz. Sim, paz. Estamos ocupados com o povo, governando com paz”, declarou.
A fala ocorre em meio ao aumento das tensões na região do Caribe, com os EUA intensificando ações navais e aéreas sob a justificativa de combater o narcotráfico. O governo venezuelano aponta a existência de um cerco no entorno marítimo e relata mortes em bombardeios contra embarcações classificadas pelos norte-americanos como de narcoterroristas.
No ato em Caracas, Maduro exaltou a presença de 5.336 comitês comunais de juventude e afirmou que o país segue unido por estabilidade e soberania. Ao mesmo tempo, anunciou medidas de mobilização interna com meios terrestres, aéreos, navais, fluviais e de mísseis, apresentadas como preparo para eventuais ameaças externas.
Nos Estados Unidos, o secretário de Guerra Pete Hegseth anunciou a operação Lança do Sul, a ser conduzida pelo Comando Sul, com a premissa de proteger o hemisfério ocidental e remover grupos rotulados como narcoterroristas. O quadro amplia a disputa narrativa entre Caracas e Washington e sustenta o clima de alerta na região.
Maduro retomou referências a intervenções internacionais passadas e cobrou o fim de conflitos que, segundo ele, desestabilizam países e penalizam populações civis. Para a base chavista, o momento exige disciplina e organização comunitária. Para a oposição venezuelana, a tensão externa convive com desafios internos de economia e direitos civis. Enquanto isso, o cenário militar e diplomático segue em monitoramento.
