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OPINIÃO

Autoridades: instrumentos de bênção e juízo de Deus

Por Luiz Carlos da Cruz*

Ao longo da história, a Bíblia nos mostra que as autoridades constituídas não existem por acaso. Muito além da política, da ideologia ou do jogo de interesses humanos, há um princípio espiritual por trás: Deus, em Sua soberania, levanta e derruba reis, presidentes e governantes. Eles podem ser instrumentos de bênção para uma nação, mas também podem ser usados como agentes de juízo.

O apóstolo Paulo foi direto ao afirmar: “Não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele instituídas” (Romanos 13:1). Isso não significa que todo governante seja justo ou temente ao Senhor, mas sim que, em Sua providência, Deus permite que cada autoridade assuma seu posto, seja para promover paz, justiça e prosperidade, seja para corrigir e confrontar o pecado de um povo.

Um exemplo clássico está no Antigo Testamento. Quando Israel buscava a Deus, levantavam-se líderes piedosos que conduziam o povo à vitória e à prosperidade, como Davi, Josias e Ezequias. Contudo, quando a nação se afastava, Deus também permitia que reis ímpios reinassem, ou até que impérios estrangeiros, como a Babilônia sob Nabucodonosor, fossem instrumentos de disciplina e julgamento (Jeremias 27:6).

Essa lógica divina permanece atual. Líderes sábios e justos podem ser sinais da misericórdia de Deus sobre uma nação, enquanto governantes corruptos e autoritários podem revelar que o povo está colhendo os frutos de sua própria rebeldia espiritual. A autoridade, portanto, não deve ser idolatrada nem desprezada, mas reconhecida como parte do agir de Deus na história.

O profeta Daniel declarou: “Ele muda os tempos e as estações; remove reis e estabelece reis” (Daniel 2:21). Isso nos lembra que nenhum governo é eterno, nenhum poder humano é absoluto e nenhum dirigente está fora do controle divino. Em última instância, todos prestarão contas ao verdadeiro Rei, que é Cristo.

Assim, cabe aos cidadãos não apenas exercerem seu papel cívico, mas, sobretudo, manterem o coração em oração. Paulo orienta: “Recomendo, pois, que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica” (1 Timóteo 2:1-2). Orar pelos governantes não é ato de simpatia política, mas reconhecimento de que Deus pode usá-los para o bem ou permitir que sejam instrumentos de disciplina.

Em tempos de crise ou de prosperidade, o crente precisa enxergar além dos palácios e parlamentos: ver a mão de Deus conduzindo a história. Se uma autoridade governa bem, é sinal da graça de Deus sobre a nação. Se governa mal, pode ser um chamado ao arrependimento coletivo. Em ambos os casos, o Senhor está no controle.

*Luiz Carlos da Cruz é jornalista cristão 

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