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“Eu tô cansado”: motorista abandona ônibus e desabafa sobre condições de trabalho

Foto: Reprodução/Redes sociais
Foto: Reprodução/Redes sociais

Um vídeo surpreendente capturado por um dos passageiros na última quinta-feira (10) mostrou um motorista de ônibus da empresa Real Expresso abandonando o veículo em plena viagem, após fazer um emocional desabafo sobre as condições de trabalho impostas pela empresa. O incidente ocorreu em Cristalina, e as imagens rapidamente se espalharam pelas redes sociais, gerando um debate sobre as adversidades enfrentadas pelos profissionais do volante.

No vídeo, o motorista, visivelmente emocionado, explica aos passageiros a razão por trás de sua decisão. Ele inicia, enfatizando: “Eu sou motorista, sou ser humano. Infelizmente, a nossa classe de motorista é defasada, está faltando muito motorista por conta disso”. Ele pede desculpas aos passageiros, consciente de que eles não têm culpa pelas circunstâncias, e compartilha sua exaustão: “O horário não é favorável. Peço desculpas, mas não dá. Eu tô cansado. Eu quero dar um basta nisso”.

O motorista também expressa seu desconforto em vestir o uniforme e representar a empresa, e faz um apelo aos passageiros para que o vídeo seja compartilhado e se torne viral, denunciando as práticas questionáveis da Real Expresso: “Eu quero que vocês postem esse vídeo e que viralize, porque o que eles estão fazendo não é certo”.

O condutor então toma a decisão de deixar os passageiros em um restaurante em Cristalina, com o entendimento de que a empresa enviaria outro motorista para prosseguir com a viagem em direção a São Paulo.

Em resposta às alegações do motorista, a Real Expresso emitiu uma declaração à imprensa. Segundo a empresa, o motorista dirigiu aproximadamente 130 km antes de abandonar o ônibus, o que levou à sua demissão por justa causa, devido a um “ato de indisciplina e insubordinação”. A empresa também afirmou que buscará medidas judiciais contra o ex-colaborador pelos danos causados à Real Expresso e possivelmente aos passageiros.

A empresa ainda explicou que a parada em um ponto de apoio específico estava de acordo com o esquema operacional da linha, proporcionando condições adequadas, incluindo alimentação e instalações para prevenção da sonolência, conforme regulamentado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Enquanto a Real Expresso alegou que os colaboradores passam por um programa de seleção e são instruídos sobre os procedimentos legais e operacionais.

 

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