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Arcebispo suspeito de abuso sexual virou nome de avenida, cemitério e ganhou estátua de bronze

Nucria apura ao menos três acusações contra Dom Mauro Aparecido dos Santos, morto em 2021 vítima da covid-19

Em Campo Mourão, Dom Mauro foi eternizado em uma estátua de bronze – Foto: Diocese de Campo Mourão

Cascavel (PR) – O arcebispo Dom Mauro Aparecido dos Santos, falecido em março de 2021 em decorrência da covid-19, voltou ao centro das atenções após denúncias de abusos sexuais atribuídas ao religioso. O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) investiga pelo menos três acusações formais contra o ex-líder da Igreja Católica, que comandou a Arquidiocese de Cascavel por quase 15 anos.

A revelação das denúncias reacende o debate sobre o legado do arcebispo, até então lembrado oficialmente apenas por sua atuação pastoral e pelas homenagens recebidas. Após sua morte, a Câmara de Vereadores de Cascavel aprovou por unanimidade o projeto de lei que rebatizou o Cemitério Central com o nome de Dom Mauro. À época, todos os parlamentares da legislatura anterior apoiaram a iniciativa.

A justificativa da homenagem partiu de uma então vereadora, hoje secretária municipal de Cultura, que destacou a relação de Dom Mauro com a espiritualidade ligada à memória dos mortos.  “Por ter convivido com Dom Mauro por longa data, sei da preocupação que ele teve sempre com os mortos, inclusive fazendo sempre questão de que orássemos e pedíssemos pelos mortos. E o cemitério existe porque há a necessidade de um espaço significativo de respeito às nossas pessoas queridas que já se foram”, afirmou na ocasião, conforme consta em matéria jornalística postada no portal da Câmara de Vereadores.

A trajetória do religioso também foi marcada por honrarias em outras cidades. Em Campo Mourão, onde atuou antes de assumir como bispo metropolitano de Cascavel, Dom Mauro teve seu nome dado a uma avenida e foi eternizado em uma estátua de bronze instalada em local público.

Agora, com as acusações em apuração pelo Nucria, a imagem do arcebispo passa a ser questionada, trazendo à tona um contraste entre as homenagens recebidas em vida e pós-morte e as suspeitas que surgem mais de quatro anos após seu falecimento.

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