Freira amiga do Papa quebra protocolo e se despede ao lado do caixão

Geneviève Jeanningros, de 81 anos, rompe regra do Vaticano com autorização da segurança; amizade com Francisco comove cerimônia e viraliza nas redes.

O velório do Papa Francisco, realizado nesta quarta-feira (23) no Vaticano, foi marcado por um momento de grande emoção e quebra de protocolo. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra a freira francesa Geneviève Jeanningros, de 81 anos, aproximando-se do caixão do pontífice para uma última despedida, gesto raramente permitido a pessoas fora do alto clero ou da equipe do Vaticano.

A cena, presenciada por fiéis do mundo inteiro, fugiu à rígida etiqueta católica, que determina que apenas bispos, cardeais e funcionários autorizados podem se aproximar do caixão durante a cerimônia. No entanto, Geneviève, amiga pessoal do papa, foi autorizada pela segurança do Vaticano. No vídeo, um dos seguranças chega a indicar o lugar ideal para que ela pudesse se posicionar, demonstrando respeito à relação de afeto e confiança que ambos mantinham.

Visivelmente emocionada, a freira ficou parada diante do caixão, em oração silenciosa. A proximidade de Geneviève com o papa era notória. Fontes próximas ao Vaticano relatam que ela costumava visitar Francisco, pelo menos, uma vez por semana, normalmente às quartas-feiras.

“Enfant terrible”: a freira destemida

Geneviève Jeanningros nasceu na França e faz parte da Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus, uma congregação fundada em 1939 com base nos princípios do religioso Charles de Foucauld: vida simples, pobreza total e, acima de tudo, amor ao próximo.

Francisco costumava chamá-la, com carinho, de “enfant terrible” (“criança terrível”, em francês) — expressão usada para pessoas não convencionais e destemidas. E foi essa postura ousada que sempre marcou a atuação de Geneviève.

Ela é reconhecida por seu trabalho junto a grupos minoritários, especialmente com a comunidade LGBTQIAPN+. Sua atuação é notável no apoio a mulheres transexuais que vivem na região do Lácio, na Itália. Para estar mais próxima dos que precisam, a freira vive em um trailer no bairro de Ostia, região litorânea de Roma.

Repercussão

A imagem da freira ao lado do caixão do papa já percorre o mundo e simboliza a abertura, a amizade e o respeito mútuo que marcaram a relação entre Francisco e Geneviève. Um momento que, mais do que um simples gesto, representa um legado de empatia e humanidade.