Idoso que agrediu cão em Cantagalo apenas se defendeu, diz família
Família diz que vai mover uma ação judicial contra a denunciante que posteriormente foi às redes sociais e escrever que sentia “vontade de matar” o idoso e xingá-lo de “velho maldito” e “vagabundo”, entre outras injúrias

Cantagalo (PR) – A família do idoso de 84 anos, que virou alvo de uma denúncia por parte de uma vizinha por ter agredido um cachorro com uma foice em Cantagalo (PR), afirmou que ele apenas se defendeu do ataque do animal. O incidente virou caso de polícia.
Hoje (26), o idoso registrou um boletim de ocorrência contra a denunciante, que o expôs nas redes sociais, inclusive com injúrias. A família afirma que moverá uma ação judicial contra a mulher, que, após o incidente, foi às redes sociais e escreveu que sentia “vontade de matar” o idoso. Vídeos postados por ela e outras mensagens agressivas foram salvos pela família antes de serem deletados. Em uma das falas, que a família considerou como ameaça, a mulher diz que “queria esganar ele com as minhas mãos”.

A mulher, vizinha do idoso e defensora da causa animal, postou um vídeo dele acompanhado de xingamentos como “velho maldito” e “vagabundo”, entre outras injúrias. A família afirma que Ceres Pereira de Souza, pioneiro que mora na cidade há 65 anos, sempre teve animais de estimação e que o ato ocorrido ontem foi apenas uma reação de defesa. Uma foto feita há alguns anos atrás mostra Vilma Lopes de Souza, esposa de Ceres, brincando com um dos muitos animais que a família teve.
Marilda Mattos, filha do idoso, contou que ele chegou a levar para a casa 3 filhotes que foram abandonados no cemitério. Dois cachorros foram doados para outras pessoas e uma cadelinha ficou Ceres, que a batizou com o nome de Bolinha. “Ele cuida com o maior zelo, compra da melhor ração”, relata.
Segundo a versão da família, na manhã de ontem (25), alguns cachorros da vizinha estavam dentro do terreno do idoso, e a protetora chamava pelos animais, que retornaram para a casa. Pouco tempo depois, Ceres ouviu gritos das galinhas e percebeu que os cachorros estavam no local novamente. Eram cães de pequeno porte que passavam por um buraco na tela, mas havia dois animais maiores latindo junto à cerca.

Ainda de acordo com a família, o idoso saiu com uma foice para roçar e tentar localizar o buraco por onde os animais atravessavam. “Quando ele estava roçando, os cachorros começaram a latir e, como ele não enxerga bem, só ia passando a foice. Aí, nisso, ele viu aquele vulto preto que veio em direção a ele, latindo. Ele levou a foice e, quando a movimentou, escutou o grito do cachorro”, conta a filha.
Como ele usa uma sonda no abdômen e tem apenas 5% da visão, decidiu voltar para a residência. Algum tempo depois, a Polícia Militar chegou ao local para atender à denúncia feita pela vizinha.

“Agora ela está falando que o meu pai tem que pagar. O pai paga, com certeza vai pagar a cirurgia e o remédio do cachorro, porque ele não é ruim de coração. Ele não fez por maldade, fez para se defender. Se ele estivesse com a bengala, teria se defendido com a bengala. E o cachorro entrou no pátio do meu pai”, relata.
Segundo Marilda, o Estatuto da Vila Rural, onde o pai e a denunciante moram, permite que cada família tenha apenas dois cachorros, mas a protetora teria cerca de dez animais.