Lula recebe cruz da primeira missa celebrada no Brasil em encontro com padre Omar no Palácio do Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja Lula da Silva receberam, na manhã desta terça-feira (22/4), a visita do padre Omar Raposo, reitor do Santuário Cristo Redentor, no Palácio do Planalto. O sacerdote conduziu a apresentação da cruz simbólica da primeira missa celebrada no Brasil, realizada em 26 de abril de 1500, em território que hoje pertence ao sul da Bahia.
Também participaram do encontro Wilza Neves, representante do Núcleo de Povos Originários do Santuário, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Em publicação nas redes sociais, Lula destacou o momento como um “encontro de reflexão e fé”.
“Eu e Janja recebemos, nesta manhã, a visita do padre Omar, Reitor do Santuário Cristo Redentor, e de Wilza Neves, integrante do Núcleo de Povos Originários do Santuário. O padre trouxe a Brasília a cruz da primeira missa celebrada no Brasil, em 26 de abril de 1500”, escreveu o presidente em suas redes.
A cruz histórica chegou a Brasília na segunda-feira (21), mesmo dia em que a capital federal comemorou 65 anos de fundação. A peça permanecerá na cidade até o fim desta terça-feira (22), integrando a agenda de eventos simbólicos que antecedem os 524 anos da chegada dos portugueses ao Brasil.
Após a passagem pelo Planalto, o artefato religioso seguirá em peregrinação por outros pontos do país com forte valor histórico: Belém (PA), Salvador (BA), Porto Seguro (BA) e Santa Cruz Cabrália (BA). A cruz então retorna a Portugal, país de origem dos colonizadores e do frei Henrique de Coimbra, responsável por celebrar a primeira missa em terras brasileiras.
Um símbolo de fé e história
A cruz é parte de um projeto de reconexão histórica e espiritual conduzido pelo Santuário Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, com o apoio de entidades religiosas, sociais e representações de povos originários. O objetivo é promover um diálogo simbólico entre o passado colonial e a diversidade espiritual presente no Brasil contemporâneo.
Para padre Omar, o momento é de união. “É uma cruz que não carrega apenas a memória religiosa, mas também um chamado ao respeito entre culturas e à paz. Apresentá-la ao presidente é um gesto de espiritualidade e cidadania”, afirmou o reitor.
O encontro também reforça a aproximação entre o governo federal e movimentos sociais ligados à fé, cultura e ancestralidade. A presença de Wilza Neves, mulher indígena e líder espiritual, trouxe à reunião uma dimensão de reconhecimento aos povos que viviam no Brasil muito antes da chegada dos europeus.