Mesmo condenado por corrupção, cardeal quer participar do conclave

Cardeal Giovanni Angelo Becciu, condenado por corrupção, alega que ainda tem direito de participar da cerimônia de escolha do novo papa, apesar de ter sido excluído da lista de eleitores.
O cardeal Giovanni Angelo Becciu, que foi condenado por corrupção em 2023, afirmou que pretende participar do conclave, evento que escolherá o novo papa, mesmo após ter sido excluído da lista de cardeais com direito a voto. Becciu, que foi chefe de gabinete do papa e ocupava uma posição de grande influência no Vaticano, alegou que ainda possui prerrogativas intactas, já que não houve uma renúncia formal de sua parte para se afastar do conclave.
Becciu foi acusado de desviar cerca de US$ 200 milhões da Santa Sé, utilizando recursos destinados à caridade para investimentos arriscados e aquisição de um imóvel de luxo em Londres. Além disso, ele teria desviado verbas para beneficiar familiares e sua cidade natal. Em 2020, durante a investigação, Becciu renunciou aos direitos ligados ao cardinalato, e sua renúncia foi aceita pelo papa Francisco.
No entanto, apesar da condenação e da sanção de inabilitação vitalícia para exercer funções públicas no Vaticano, Becciu ainda figura como membro do Colégio de Cardeais. No entanto, ele não está entre os 135 cardeais com direito a voto no conclave. Becciu acredita que a lista não tem valor legal e deveria ser desconsiderada.
Em uma entrevista ao jornal italiano L’Unione Sarda, o cardeal falou sobre a dor de ver a relação com o papa mudar de forma tão drástica e sobre o impacto disso em sua fé. Mesmo com o afastamento do cargo e as consequências legais de suas ações, Becciu segue defendendo seu direito de participar das cerimônias que envolvem a escolha do novo líder da Igreja Católica.