OPINIÃO

No difícil cenário do varejo, produtos financeiros atuam como forte alavancador de receitas

*Roberto Wajnsztok de Oliveira

Há uns bons anos o varejo vem sofrendo desafios de crescimento, rentabilidade e fluxo de caixa. Segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), o volume de vendas do comércio varejista fechou 2022 com crescimento de 1%. Esse foi o pior resultado do setor desde 2016, quando havia apresentado queda de 6,2%.

E com consumidores cada vez mais endividados, é demandado do varejista condições diferenciadas de preço e parcelamento. E o varejista, na tentativa legítima de atrair esse consumidor, sobrevive no limite, em uma dinâmica onde quem ganha mais são os bancos, por serem os grandes financiadores dessa ciranda.

Por conta desse movimento, o mercado financeiro tem sido cada vez mais resistente a conceder crédito ao varejista, estrangulando ainda mais seus resultados. Conclusão? Momento difícil e sem grandes perspectivas de melhora no curto-médio prazo.

Longe dessa falta de evolução no mercado varejista, o mercado financeiro passou por mudanças nos últimos anos. Destaco uma mudança importante e com desdobramentos em muitos outros segmentos: O BaaS (Bank as a Service) ou banco como serviço. De acordo com o Future Market Insights, o mercado de plataformas de Banking as a Service deve faturar cerca de US$ 12,2 bilhões até 2031, o que representaria um crescimento de 15,7% ao ano.

Com o BaaS é possível, independente do segmento de atuação, se tornar um banco, com todos os produtos financeiros disponíveis, como cartão, empréstimo, crédito, seguros, entre outros. No entanto, para fazer isso acontecer é preciso contar com uma plataforma tecnológica, interligada com os principais agentes financeiros responsáveis por esses produtos, e que siga todas as exigências regulatórias. E, é claro, que conheça bem esse mercado, pois é um jogo complexo e caro.

Mas por que essa seria uma boa estratégia para um varejista? Porque o BaaS detém a carteira de clientes transacionando em seus pontos de venda, fidelizando parte dessa carteira. E mais: o varejista tem aptidão para vender produtos financeiros, pois há décadas vendem cartões, garantias, empréstimos, seguros. No entanto, para dar esse passo mais complexo de ser um banco – movimento bem mais desafiador – o varejista precisa de conhecimento e um plano desenvolvido por quem já foi banqueiro, do contrário, o efeito pode ser de mais prejuízos e mais desafios de gestão de caixa.

Poucas empresas reúnem desenvolvimento e maturidade tecnológica, com especialização no mercado financeiro, e conhecimento para desenvolver um plano estratégico de um banco de varejo, de forma eficiente e segura.

Destaco a estrutura criada pela FCamara que depois dos mais de 15 anos de atuação no mercado de tecnologia e inovação, atendendo grandes varejistas como Gimba, VIA e Magalu e importantes instituições financeiras como BTG Pactual, C6 Bank e Superdigital, evoluiu como uma consultoria de negócios que, além de ser especializada em varejo, é especializada também no mercado financeiro, com uma frente de negócio com foco em ofertas, soluções e serviços financeiros, como banco digital, carteira digital, cashback, iniciador de pagamentos e o embedded finance, que permite ofertar soluções financeiras para os mais diversos tipos de negócios.

Além disso, a marca tem um forte posicionamento no Open Finance e ganhou destaque por ser pioneira no iniciador de pagamentos, serviço que possibilita o consumidor a fazer um Pix a partir de qualquer plataforma online, com redução de 10 para até 4 passos no checkout, o que resulta em facilidade, aumento das vendas e melhora na experiência do consumidor.

O resultado de oferecer ao varejo uma solução completa de serviços bancários, end-to-end, conduzido por um time que conhece e sabe como ter sucesso nesse segmento é quase como o casamento perfeito e, assim, possibilita que o varejista esteja focado com o que realmente ele sabe fazer: vender produtos e serviços.

Grandes varejistas são verdadeiros ecossistemas de negócios e produtos financeiros têm se mostrado negócios de grande sucesso. Logo, fintail é a (nova) receita.

* Roberto Wajnsztok de Oliveira, sócio diretor da Gouveia Consulting e empreendedor digital

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