Pontos polêmicos e visão ambiental: a reforma tributária vem aí
Para iniciar, não podemos deixar de citar a questão que envolve a simplificação de alguns tributos. O governo federal vendeu a ideia de que uma das razões principais da reforma seria a simplificação do sistema tributário nacional e, por conta dessa simplificação, que ainda não pode ser avaliada como um todo porque muitas decisões irão exigir leis até daqui a 10 anos, mas podemos adiantar a questão da extinção/futura extinção de 5 tributos, sendo eles o IPI, ICMS, ISS, Pis e Confins, e criados 3 novos tributos: imposto sobre bens e serviços, contribuição sobre bens e serviços e imposto seletivo, o último conhecido como imposto do pecado, porque incide sobre bens de consumo inibido, que o legislador quer desestimular. Também haverá mudanças no IPVA, já que barcos e aeronaves passam a pagar o imposto. Tratores foram deixados de lado como forma de incentivo à produção agropecuária.
Outro ponto central muito importante da reforma tributária é o chamado imposto verde, que foca seus esforços na preocupação com a preservação do meio ambiente, taxando comportamentos nocivos para o planeta, ação essencial para frear as mudanças climáticas. O objetivo é estimular um desenvolvimento nacional sustentável.
Não podemos esquecer de falar sobre um (ou mais um) tema polêmico, que é a criação da cesta básica nacional de alimentos, que incluirá uma lista de alimentos que praticamente não pagarão tributos. O problema é que não será possível montar uma cesta básica que valerá para todo o Brasil, porque os itens de alimentação mais básicos variam de uma região para outra e a legislação terá que estabelecer produtos diferentes de acordo com os hábitos gastronômicos de cada região do território nacional.
As mudanças virão, mesmo que a passos lentos, e pretendem criar um sistema mais justo e que beneficie as classes com menor poder aquisitivo. Aguardemos.
*Alexandre Mazza, advogado PhD em direito administrativo e tributário