Em jantar com líderes, Lula sinaliza que será “candidatíssimo” em 2026

Presidente reúne lideranças políticas, fala em reaproximação com o Congresso e diz estar pronto para novo mandato caso a saúde permita
Brasília — Em um jantar que reuniu algumas das principais lideranças partidárias do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou claro que seu nome poderá voltar às urnas em 2026. O evento, realizado na noite desta quarta-feira (23), foi promovido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e se transformou em um importante termômetro político sobre o clima entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.
Em um discurso de cerca de 30 minutos, Lula, em tom descontraído, afirmou estar com a “saúde em dia” e, se mantiver esse quadro, será “candidatíssimo” à Presidência da República na próxima eleição. A declaração, confirmada por parlamentares presentes e publicada na coluna de Igor Gadelha, do portal Metrópoles, caiu como uma senha para o início, ainda que precoce, das articulações de campanha dentro da base governista.
O jantar, além de selar uma tentativa de reaproximação política entre Executivo e Legislativo, também serviu para debater temas centrais da agenda nacional. Lula abordou de forma breve o PL da Anistia — pauta prioritária para a bancada bolsonarista, mas, segundo o presidente, distante das demandas reais da população.
No mesmo dia, Lula encaminhou ao Congresso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, entregue pessoalmente a Hugo Motta e Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado. O projeto, elaborado pelo ministro Ricardo Lewandowski, encontra resistência de governadores e de parte da oposição, mas é considerado fundamental pela equipe do Planalto.
“Vamos nos colocar à disposição, com inteligência, recursos e vontade política, para amenizar o susto que o povo brasileiro vive diariamente, seja pelo furto de um eletrodoméstico ou pela violência nas ruas”, afirmou o presidente, reforçando o compromisso do governo com a segurança. “Vamos penalizar todos aqueles que cometerem qualquer delito que interfira na tranquilidade da população brasileira”, destacou.
Com a sinalização de que pode buscar um quarto mandato e o compromisso de pautar o debate público sobre segurança, Lula recoloca o Planalto no centro das articulações e mantém a base aliada em alerta para os próximos capítulos do xadrez eleitoral.