PARANÁ HISTÓRICO: O acidente aéreo que chocou a cidade de Guarapuava e deixou nove mortos
Nota do portal: o texto abaixo foi publicado há uma década e os créditos são da RedeSul/Blog do Pato/Guarapuava Histórica
Em 1959, Guarapuava presenciava um acidente aéreo que marcou a história do município. No dia 8 de novembro, um avião da Força Área Brasileira (FAB) caiu no cruzamento da Rua Guaíra com a Rua Xavier da Silva, no Centro da cidade. O acidente deixou nove pessoas mortas e uma com ferimentos graves.
O professor de geografia do Visconde de Guarapuava, Eziquel de Lima, perdeu sete familiares no acidente, entre eles o irmão Isaias de Lima, com 13 anos na época, o tio Joel Jhonsson e outros cinco primos, ainda crianças. “As crianças morreram no local pela intoxicação, meu tio e meu irmão ainda foram levados para o hospital, mas não resistiram”.
Com apenas 5 anos na época do acidente, Eziquel e seu pai escaparam de ser atingidos pelo avião por pouco. Com outros 7 familiares, eles voltaram, por volta de 11h, da primeira Igreja Presbiteriana criada em Guarapuava, ao lado da Lagoa das Lágrimas. Porém, quando a aeronave caiu, Eziquel e seu pai estavam distantes da família, que foi cercada pelas chamas com a explosão do avião. “Meu pai foi na frente comigo, mas meu irmão, meus tios e primos ficaram para trás. Antes do avião cair, ele bateu em um poste e pegou fogo, que logo cercou minha família”.
Eziquel conta que como era muito pequeno na época, a maioria das histórias que sabe foram contadas por sua tia Cassilda, a única sobrevivente da família que estava diretamente no acidente, e outras pesquisas. “Minha tia sobreviveu, mas ficou com sequelas graves. Parte da mão ficou atrofiada por causa das queimaduras. Na época, ela estava grávida, e um por um milagre a criança também sobreviveu.”
Especulações apontam que, no momento do acidente, a aeronave estava voando em baixa altitude e que o piloto teria perdido o controle da máquina.“Nas minhas conversas, fiquei sabendo que o piloto era do Rio de Janeiro e estava em uma festa em Guarapuava um dia antes do acidente. Ele pode ter pego esse avião até sob os efeitos de bebida”.
Além do piloto, estava no avião o seu amigo Zagonel Passos. Ambos morreram na hora. No momento do acidente, um ônibus que vinha de Foz do Iguaçu passava pelo local e foi atingido pelas chamas, mas não deixou mortos. “Fiquei sabendo que algumas pessoas ficaram intoxicadas, mas nada muito grave”.
JULGAMENTO
O julgamento sobre o acidente só aconteceu 20 anos depois, quando a esposa de Jhonsson recebeu indenização pela morte do marido e filhos. Antes do julgamento, Cassilda viveu em Turvo e mesmo com problemas na mão por conta do acidente, trabalhou como costureira. “Meu tio trabalhava no DR, mas naquela época, em caso de morte, era mais difícil exigir benefício por parte da empresa em que ele trabalhava. Minha tia ficou em uma péssima situação e só conseguiu se recuperar financeiramente 20 anos depois, quando saiu o julgamento do acidente”.
Fonte: RedeSul/Blog do Pato/Guarapuava Histórica (Texto reproduzido)
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