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Saiba quem é Kevin Farrell, o cardeal que comanda o Vaticano após a morte do Papa Francisco

CNS photo/Paul Haring

Discreto, influente e alinhado às reformas de Francisco, o camerlengo lidera a transição da Igreja Católica até a eleição do novo pontífice

Vaticano — Desde a madrugada de 21 de abril de 2025, quando o Papa Francisco faleceu aos 88 anos, os olhos do mundo católico se voltaram a um nome que, até então, atuava nos bastidores da Santa Sé: o cardeal Kevin Joseph Farrell. Aos 77 anos, ele é o atual camerlengo da Santa Igreja Romana — título que, em momentos como este, torna-se sinônimo de liderança temporária e responsabilidade histórica.

A função de camerlengo, embora muitas vezes pouco compreendida pelo público, é uma das mais importantes da Cúria Romana. Cabe a ele administrar o Vaticano durante o período conhecido como Sede Vacante — ou seja, o intervalo entre a morte de um papa e a eleição de seu sucessor. Farrell é, portanto, o líder interino da Igreja Católica, encarregado de conduzir o funeral de Francisco, organizar o conclave e manter o funcionamento da máquina administrativa do Vaticano.

Confiança de Francisco e ascensão discreta

Descrito por colegas como um homem de perfil moderado, eficiente e leal, Kevin Farrell já era uma figura de confiança próxima do Papa Francisco. Nomeado camerlengo em 2019, foi alçado ainda mais ao centro das decisões da Igreja em 2023, quando assumiu a presidência do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica — o mais alto órgão judicial do Vaticano.

Farrell também foi o primeiro prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, criado em 2016, e teve atuação destacada na defesa de maior participação dos leigos, sobretudo das mulheres, nas estruturas da Igreja. Sua trajetória discreta, mas tecnicamente impecável, o torna hoje um dos rostos centrais na transição do Vaticano.

A missão do camerlengo

O papel do camerlengo começa com um gesto simbólico, mas profundamente importante: a verificação oficial da morte do papa. Após esse rito, Farrell passou a administrar os bens e a rotina do Vaticano, sem, no entanto, ter autoridade para tomar decisões doutrinárias ou nomear bispos — atos que ficam suspensos até a eleição do novo pontífice.

Ele é também responsável por organizar o conclave, convocar os cardeais eleitores e garantir que tudo esteja preparado para uma escolha transparente e fiel às normas da Igreja. Embora não seja apontado como um forte candidato ao papado, seu papel nos bastidores é decisivo — e pode, inclusive, influenciar os rumos da eleição do próximo papa.

De Dublin ao centro da fé católica

Nascido em 2 de setembro de 1947, em Dublin, na Irlanda, Kevin Farrell trilhou um caminho internacional. Ingressou ainda jovem na congregação dos Legionários de Cristo e, mais tarde, naturalizou-se norte-americano após mudar-se para os Estados Unidos. Serviu como bispo auxiliar em Washington e depois como bispo de Dallas, no Texas — experiência que moldou seu estilo pastoral e administrativo.

Seu vínculo com Francisco se estreitou ao longo da última década. Mesmo sem ocupar os holofotes, Farrell ganhou o respeito do papa argentino por seu pragmatismo, seu equilíbrio e sua capacidade de diálogo com diferentes setores da Igreja.

Últimas palavras e transição histórica

Na manhã do dia 21 de abril, foi Kevin Farrell quem anunciou oficialmente ao mundo a morte do Papa Francisco. Em um breve e emocionado discurso, declarou: “Com profunda dor, devo anunciar a morte do nosso Santo Padre Francisco às 7h35 desta manhã. O bispo de Roma voltou para a Casa do Pai.”

Desde então, ele lidera o Vaticano em um momento delicado, marcado por homenagens, rituais fúnebres e intensas movimentações internas. O funeral do Papa Francisco está marcado para sábado (26/4), às 10h no horário de Roma, e o conclave que escolherá seu sucessor deve ocorrer nos dias seguintes, em data ainda não confirmada oficialmente.

Uma figura de bastidor que entra para a história

Kevin Farrell talvez nunca seja lembrado como o papa que guiou a Igreja, mas será certamente lembrado como o cardeal que a sustentou durante uma das transições mais sensíveis do século. Seu nome pode não estar nas manchetes todos os dias, mas, por ora, ele segura as chaves do Vaticano — com discrição, firmeza e responsabilidade.

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